Donald Trump foi reeleito presidente dos Estados Unidos após garantir mais de 270 delegados no Colégio Eleitoral, com vitórias decisivas nos estados de Geórgia e Pensilvânia. A confirmação da vitória aconteceu na manhã desta terça-feira, 5 de novembro, quando Trump atingiu 279 delegados, após também conquistar o Alasca. Com isso, ele assegurou seu retorno à Casa Branca em janeiro de 2025, após ser derrotado por Joe Biden nas eleições de 2020.
Em sua campanha, Trump enfatizou políticas de corte de impostos, combate à imigração ilegal e uma postura econômica mais protecionista, com o objetivo de recuperar a indústria americana e reduzir o déficit comercial. O republicano também prometeu endurecer as relações com a China e outras potências estrangeiras, além de realizar um aumento significativo nas tarifas de importação, com o objetivo de proteger os empregos e a economia dos Estados Unidos.
Trump retorna à presidência em meio a uma economia global ainda afetada pelas consequências da pandemia de COVID-19 e com uma série de questões internas pendentes, como a reforma do sistema de saúde e o combate à desigualdade econômica. Com um Congresso dividido, o republicano enfrentará desafios ao tentar implementar sua agenda.
Impacto Econômico e Internacional
A vitória de Donald Trump causou um impacto imediato nos mercados financeiros. O dólar turismo, que já vinha se valorizando nas semanas anteriores devido ao avanço de Trump nas pesquisas de intenção de voto, chegou a R$ 6,00 nesta quarta-feira, 6 de novembro. A moeda americana está em forte ascensão contra outras divisas, o que já está refletindo o otimismo dos investidores com as políticas protecionistas do novo presidente eleito.
Especialistas apontam que a valorização do dólar deverá continuar nas próximas semanas, principalmente devido ao aumento das tarifas de importação e à expectativa de cortes de impostos para empresas, medidas que fazem parte do plano econômico de Trump. A alta do dólar pode ter implicações diretas no Brasil, onde a moeda americana mais forte pode resultar em uma elevação da inflação e levar o Banco Central a aumentar as taxas de juros para tentar conter a pressão sobre os preços.
A política externa de Trump também deverá ser marcada por uma continuidade do nacionalismo econômico, com mais tensões comerciais, especialmente com a China. A expectativa é de que o novo governo se concentre em políticas voltadas para a proteção da indústria nacional e na revalorização de acordos comerciais que favoreçam os Estados Unidos.
Além disso, a abordagem de Trump quanto a questões de imigração, incluindo promessas de deportações em massa e o fechamento das fronteiras, pode gerar mais controvérsias, tanto nos Estados Unidos quanto internacionalmente, especialmente com países vizinhos e a comunidade latina.
Desafios Internos e Externos
Com o retorno de Trump à presidência, o país deve enfrentar desafios internos relacionados à polarização política, com uma sociedade dividida em vários temas sociais, como direitos civis, racismo e reforma no sistema de saúde. Além disso, o novo governo precisará lidar com a recuperação econômica pós-pandemia e a crescente insatisfação popular em relação à desigualdade social.
No plano internacional, a administração Trump deverá buscar reforçar a postura agressiva em relação à China, tanto no comércio quanto em outras questões geopolíticas, o que pode gerar tensões no cenário global. A relação com a União Europeia e outros aliados também deverá ser reavaliada, já que a política protecionista de Trump poderá afetar acordos comerciais e cooperação internacional.
Expectativas para o Futuro
Com o início de seu segundo mandato previsto para janeiro de 2025, Trump tem pela frente a difícil tarefa de unificar um país politicamente fragmentado e lidar com uma agenda interna complexa. Sua postura rígida e as promessas de mudanças drásticas nas políticas internas e externas gerarão discussões acaloradas dentro dos Estados Unidos, com expectativas de resistência tanto de setores progressistas quanto de empresas que se beneficiam da globalização e do comércio livre.
No entanto, a liderança de Trump será observada de perto pelos mercados financeiros, que podem reagir positivamente às suas políticas de cortes fiscais e nacionalismo econômico. Ao mesmo tempo, questões como a imigração, direitos humanos e tensões comerciais com a China e outros países podem marcar seu segundo mandato, configurando um cenário de incertezas tanto para os Estados Unidos quanto para o resto do mundo.
Laura Pires Haendchen