A temporada de 2024 acabou para os times gaúchos, após tudo que aconteceu aqui no RS, essa temporada lembrou uma “história sem fim”. Individualmente cada um dos três times da serie “A” viveu de forma única as dificuldades deste ano. Sem sombra de dúvidas o Grêmio foi o que mais teve dificuldades com as enchentes, Inter e Juventude sofreram, mas com uma intensidade menor e por tanto com uma resolução diferente.
O Juventude, dos três gauchos foi o que teve menos prejuízos, já que seu estádio ou mesmo o CT não foram alagados, a maior dificuldade do time da serra foi mesmo a logística, já que o principal Aeroporto do Estado, o Salgado Filho, acabou interditado. Mas ainda assim o Ju ajustou seus deslocamentos, partindo de Caxias do Sul, via terrestre, na pratica essa foi a única dificuldade. Claro que a questão psicológica afetou a todos, afinal essa foi a maior catástrofe climática da historia do RS. O alviverde passou o segundo semestre com altos e baixos, lutando contra o rebaixamento, mas podendo sonhar até mesmo com uma Sul-Americana, a maior dificuldade foi perder o seu treinador para o Inter e ter que recomeçar o trabalho que vinha bem.
O Internacional teve o início da temporada de 2024 como um dos anos mais promissores, em algum momento a sua torcida e a imprensa afirmaram de forma quase unânime que a janela de transferências foi a melhor dos últimos 20 anos no colorado. Uma expectativa que foi criada logo na primeira entrevista do seu presidente, Alessandro Barcellos afirmou que o Inter seria o grande time do Brasil e que o seu primeiro título ja seria o gauchão de 2024. Além disso sua principal obsessão seria a conquista do Campeonato Brasileiro, algo que o torcedor colorado não comemora a 45 anos. As competições foram passando, o time sendo eliminado de em todas, Gauchão, Sul-americana e por fim o Campeonato brasileiro. O colorado teve a mudança no comando técnico, saiu Chacho Coudet e chegou Roger Machado. O time reagiu, e disputou o titulo nacional, o grande objetivo da temporada, mas faltou “gás” e mais uma vez não foi possível levantar taça na temporada, o que deixou seu torcedor frustrado novamente.
O Grêmio, por sua vez, foi dos gauchos o que mais teve problemas a resolver devido as enchentes. o tricolor passou praticamente um turno jogando longe de seus domínios. A sua casa, a Arena ficou completamente submersa, o bairro Humaitá, onde está localizado o estádio foi um dos lugares mais atingidos da cidade, o que fez o tricolor perder também o seu CT que fica no mesmo local praticamente. Além do CT de Eldorado do Sul, cidade da região metropolitana, que teve 95% do seu território debaixo d’agua. O clube precisou sair totalmente do estado, foram jogos no: Paraná, São Paulo, Espirito Santo, Distrito Federal, Santa Catarina e Caxias do Sul, um clube “cigano” na temporada. Além de contratações duvidosas, o time teve que brigar contra a questão física e psicológica dos atletas que precisaram ficar longos períodos longe de suas famílias. Com tudo isso os tricolores foram eliminados pouco a pouco das competições, Libertadores, Copa do Brasil e lutou até a rodada 36 para afastar o rebaixamento a serie “B” do brasileiro. Restou apenas o título gaúcho, conquistado no primeiro semestre ainda antes das enchentes.
O ano de 2025 não será moleza para os gauchos, pois os reflexos disso tudo ainda vai estar presente de alguma forma, será necessário muita criatividade aos seus dirigentes para obter resultados melhores do que em 2024.
O Juventude revelou alguns bons jogadores e como consequência será difícil manter o mesmo elenco, vai precisar repor nomes como Lucas Barbosa, destaque que ja esta acertado com RB Bragantino, mas sem muitos recursos não será tarefa fácil.
O Grêmio vai precisar encontrar um substituto para o seu maior ídolo, Renato Portaluppi, que não ficou no clube e ao que tudo indica será Pedro caixinha, o português teve passagens por alguns clubes, como Vasco da Gama e RB Bragantino, mas com certeza o Grêmio é o seu maior desafio da carreira. O presidente Alberto Guerra deu início a uma “faxina” no clube, trocou todo o departamento de futebol, a preparação física também teve mudanças, e ao menos 4 jogadores não terão seus contratos renovados, casos do lateral esquerdo Reinaldo e do atacante Soteldo. O Trabalho será pesado, vale lembrar que 2025 é ano de eleições no Grêmio, o que por si só complica qualquer planejamento.
O Inter vai precisar de muita resiliência para superar as derrotas do ano de 2024, pois todas foram muito duras com seu torcedor e com a direção colorada. O time terminou em alta mais uma vez, como ja vem acontecendo nos últimos anos. Classificado de forma direta para maior competição do continente, a Libertadores, o presidente Barcellos vai precisar fazer ginastica para ter sucesso em 2025. O Caixa colorado não teve o mesmo desempenho do time, e em seu ato final, o presidente foi derrotado desta vez pelo seu CD(Conselho Deliberativo), que não aprovou o seu plano de transformar a divida que passa dos R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais) em debêntures. Além disso, o Inter vai precisar repor a saída de jogadores importantes como: Vitão, Alario, Wesley e possivelmente Bernabei, eleito a revelação do campeonato brasileiro.
Certeza mesmo é que os clubes do Sul, em especial Grêmio e Inter, estão cada vez mais distantes do nível dos clubes do eixo Rio São Paulo, o que aproxima a Dupla do projeto de uma SAF para voltar a sonhar com grandes conquistas.
