Governo do RS inicia desmobilização dos últimos centros de acolhimento da enchente

Foto: Mateus Bruxel/Agência RBS

O Governo do Rio Grande do Sul entra na reta final para encerrar os Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs), criados em resposta à enchente de 2024. Neste sábado (24), restam 127 pessoas nos dois últimos centros em funcionamento, localizados em Porto Alegre e Canoas. A previsão é de que todas sejam realocadas até a próxima sexta-feira (30).

Com a desmobilização, os abrigados serão transferidos para moradias temporárias ou incluídos em programas como aluguel social e estadia solidária. Em Porto Alegre, 115 pessoas ainda residem no centro localizado na zona norte da cidade. A maioria será encaminhada para um conjunto de 80 casas temporárias no bairro Santa Rosa de Lima. Já em Canoas, 12 pessoas seguem no CHA, com destino às 58 moradias provisórias no bairro Estância Velha, onde as transferências começaram no dia 17 de maio.

As novas residências foram adquiridas pelo Governo Estadual e são estruturas transportáveis de 27 metros quadrados, equipadas com dormitório, banheiro, cozinha, móveis e eletrodomésticos. A instalação contou com obras de infraestrutura para viabilizar os serviços básicos. A medida busca oferecer mais privacidade e dignidade aos atingidos, após quase um ano vivendo em espaços coletivos.

Criados em julho de 2024, os CHAs substituíram abrigos emergenciais instalados em ginásios. Ao todo, os centros de Porto Alegre e Canoas receberam 1.184 pessoas, com pico de cerca de 800 abrigados simultaneamente. O encerramento das atividades marca o fim de uma política que foi coordenada pelo Gabinete do Vice-Governador, Gabriel Souza, com gestão da Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência ligada à ONU, e financiamento da Fecomércio. A OIM também está responsável pelos custos da mudança das famílias, fornecendo ainda vale-alimentação por três meses e apoio para aquisição de utensílios domésticos.

Além dos dois CHAs da Região Metropolitana, ainda existem sete abrigos com pequeno número de moradores no interior do Estado, totalizando 28 pessoas. Esses centros estão localizados em General Câmara, Rio Pardo, Barão, Pelotas, Sobradinho e Arroio do Tigre.

Segundo o Governo Estadual, há moradias temporárias suficientes para abrigar todos os que ainda estão nos centros. No entanto, parte dos acolhidos expressa incerteza quanto ao futuro, citando dificuldades para entender os encaminhamentos e programas de habitação definitiva.

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