A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou a Operação Malus Doctor para desarticular um esquema que teria lesado cerca de 10 mil pessoas em todo o Estado. A investigação aponta que um grupo de advogados utilizava procurações judiciais falsas para contratar empréstimos bancários em nome de clientes sem o conhecimento das vítimas. O prejuízo estimado ultrapassa os R$50 milhões.
Os alvos principais do golpe seriam aposentados e servidores públicos. De acordo com a apuração, os suspeitos, por meio de um escritório de advocacia, prometiam revisar judicialmente contratos de empréstimos, mas na prática contratavam novos financiamentos em nome dos clientes. O dinheiro obtido nos processos era retido pelos investigados, enquanto as vítimas acreditavam ter recebido indenizações legítimas.
A operação contou com o cumprimento de 74 mandados judiciais em diversas cidades do estado, incluindo Xangri-Lá. A cidade litorânea foi um dos pontos em que a polícia realizou buscas, indicando que parte do esquema ou recursos relacionados ao grupo criminoso também estavam conectados à região.
Entre os bens apreendidos durante a operação estão veículos de luxo, como um Maserati, uma BMW e um Mercedes, além de R$16 mil em espécie, munições de uso restrito e imóveis de alto padrão. Um dos empreendimentos sob investigação é um condomínio com 17 casas na zona sul de Porto Alegre, supostamente financiado com recursos obtidos por meio das fraudes.
O principal escritório investigado é Daniel Nardon Advogados Associados, com sede na capital. Ao todo, 14 pessoas são investigadas, incluindo nove advogados. Parte dos bens do grupo está vinculada a investimentos na bolsa de valores e imóveis avaliados em milhões de reais.
As investigações seguem em andamento, com foco na análise de documentos apreendidos e no rastreamento do patrimônio envolvido.






