Faleceu na tarde de quarta-feira (30), em Porto Alegre, a freira gaúcha Inah Canabarro Lucas, aos 116 anos. Reconhecida pelo grupo de pesquisadores LongeviQuest como a pessoa viva mais velha do mundo desde janeiro deste ano, Inah morreu de causas naturais na residência das Irmãs Teresianas, onde vivia há décadas.
Natural de São Francisco de Assis, na região central do Rio Grande do Sul, Inah nasceu em 27 de maio de 1908 e era bisneta do general David Canabarro, figura histórica da Revolução Farroupilha e da Guerra da Cisplatina. Segundo relatos da família, sua morte foi tranquila e não teve relação com doenças, apenas com o avançado envelhecimento natural do corpo.
A trajetória religiosa de Inah teve início ainda na juventude. Aos 16 anos, ingressou no internato Santa Teresa de Jesus, em Santana do Livramento. Em 1928, tornou-se freira em Montevidéu, no Uruguai, e depois passou a lecionar português e matemática no Rio de Janeiro. Retornou ao Rio Grande do Sul na década de 1940 e, entre outras atividades, atuou por 30 anos em Itaqui e, posteriormente, na Casa Provincial de Porto Alegre.
Figura respeitada na comunidade religiosa e também entre os estudiosos da longevidade, Inah foi destaque internacional após a morte da francesa Lucile Randon, em janeiro de 2025, quando passou a liderar o ranking dos supercentenários vivos. Além disso, foi considerada a 20ª pessoa mais velha da história registrada.
Apesar da idade avançada, manteve-se lúcida e ativa por muitos anos. Em 2022, chegou a se recuperar da Covid-19 durante a pandemia, após receber a vacina em Porto Alegre. Ao completar 110 anos, em 2018, recebeu uma carta do papa Francisco em homenagem à sua vida dedicada à fé e ao serviço.
Colorada assumida e apreciadora de chocolate, Inah Canabarro Lucas deixa um legado de fé, longevidade e dedicação ao próximo.
