O Rio Grande do Sul vive um avanço acelerado da dengue em 2025. Com mais de 6,4 mil casos confirmados até sábado, dia 12, o Estado enfrenta um cenário de alta disseminação do vírus e já contabiliza cinco mortes. A maior parte das infecções (5.524) é autóctone, ou seja, contraída dentro do próprio município, o que reforça o grau de interiorização e expansão da doença. A taxa de incidência atual é de 207 casos para cada 100 mil habitantes.
Desde o fim de março, considerado o início do pico da doença, já foram diagnosticados cerca de 2.700 novos casos. O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, está presente em 474 municípios gaúchos — dois a mais do que em 2024, ano em que o estado registrou mais de 208 mil infecções e 281 mortes.
A cidade com maior número de registros é Viamão, com 1.820 casos, seguida por Porto Alegre (1.211), Novo Hamburgo (669), Cachoeira do Sul (675) e Alvorada (217). A curva de crescimento nas últimas semanas confirma as previsões de especialistas, com destaque para a semana epidemiológica 14, a mais crítica até o momento, com uma incidência de 51,58 casos por 100 mil habitantes.
Diante do agravamento da situação, Porto Alegre decretou estado de emergência em saúde pública na quinta-feira (17). Com 4,2 mil casos confirmados e quase 20 mil notificações suspeitas, a capital já contabiliza duas mortes: duas mulheres, de 59 e 72 anos, ambas com comorbidades. O decreto municipal autoriza medidas administrativas excepcionais, como aquisição emergencial de insumos, ampliação de contratos e realocação de servidores, além da intensificação de ações de campo.
Agentes comunitários de saúde e de combate a endemias têm atuado em bairros com alta incidência, como Passo das Pedras, Jardim Itu, Jardim Floresta, Jardim Sabará e Morro Santana. A mobilização inclui ainda a instalação de tendas de atendimento específicas para casos de dengue, na Zona Norte da cidade.
Além da dengue, o Estado também monitora o avanço da chikungunya, outra arbovirose transmitida pelo mosquito. Já são 142 casos confirmados em 2025, número muito superior às 10 ocorrências registradas em todo o ano passado, além de uma morte confirmada.
A população é orientada a reforçar os cuidados para evitar criadouros do mosquito, como eliminar água parada em vasos, pneus e calhas.
Em caso de sintomas leves — febre, dor no corpo, vômito e dor de cabeça — a recomendação é procurar uma unidade de saúde. Casos com sinais de alarme, como vômitos persistentes, tontura, dor abdominal ou sangramentos, devem ser imediatamente encaminhados a serviços de urgência.
