Uma pesquisa conduzida pela Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, aponta que Porto Alegre poderá enfrentar inundações permanentes em algumas regiões até o ano de 2100, caso se confirme um aumento de até 1,9 metro no nível dos oceanos. O levantamento foi publicado na revista científica Earth’s Future e utilizou projeções interativas da plataforma Climate Central, referência global em modelagem de impactos climáticos.
O estudo analisou diversos fatores que contribuem para o avanço do mar, incluindo o derretimento de geleiras e o possível colapso de plataformas de gelo, fenômenos associados ao agravamento da crise climática. Ao integrar diferentes métodos científicos, os pesquisadores buscaram uma estimativa mais precisa do impacto global da elevação dos oceanos.
Embora não esteja situada diretamente na costa oceânica, Porto Alegre aparece entre as cidades brasileiras mais ameaçadas por alagamentos decorrentes da elevação do nível do mar. A vulnerabilidade da capital gaúcha está relacionada à sua baixa altitude e à proximidade com corpos hídricos como a Lagoa dos Patos. Regiões como o bairro Lami e as Ilhas do Guaíba estão entre as mais suscetíveis a esse cenário, conforme simulações feitas com a ferramenta Climate Central.
Além de Porto Alegre, outras capitais brasileiras como Macapá, Recife e Rio de Janeiro também estão no grupo de áreas de risco, segundo o estudo. No âmbito global, a projeção é de que milhões de pessoas sejam afetadas. No Brasil, a Ilha de Marajó, no Pará, pode perder mais da metade de sua área atual. Já fora do país, cidades como Barranquilla (Colômbia), Maracaibo (Venezuela) e Punta Del Este (Uruguai) figuram entre as localidades costeiras mais ameaçadas.
A pesquisa reforça os alertas sobre os efeitos da crise climática no longo prazo, indicando a necessidade de ações globais urgentes para mitigar os impactos do aquecimento global e preservar comunidades, infraestrutura e ecossistemas costeiros.