Empresa desiste de doar casas para atingidos pelas enchentes

Foto: Maurício Tonetto/Secom

O grupo empresarial Innova Steel, com sede em São Paulo, comunicou oficialmente sua desistência da doação de 200 casas para famílias atingidas pelas enchentes, que devastaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024. O anúncio foi feito no último dia 3 de abril, durante reunião com representantes das Secretarias Estaduais de Habitação e Regularização Fundiária (SEHAB) e de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).

Segundo o Governo do Estado, a empresa alegou dificuldades financeiras para cumprir o compromisso assumido publicamente no ano passado. A proposta previa a construção de 100 moradias em Cruzeiro do Sul, 50 em Igrejinha e outras 50 em São Sebastião do Caí. O valor total estimado do projeto era de R$22 milhões. Apesar do anúncio de um leilão beneficente realizado em São Paulo, que teria arrecadado mais de R$1 milhão, a empresa não conseguiu viabilizar as entregas. Não foram utilizados recursos públicos na iniciativa.

O projeto, batizado de RennovaSul pela empresa, previa o uso da tecnologia steel frame, sistema construtivo que emprega perfis de aço galvanizado e painéis com isolamento térmico e acústico, considerado de execução mais rápida. Em agosto de 2024, o governador Eduardo Leite chegou a visitar a fábrica do grupo e conhecer os modelos habitacionais planejados.

Com a retirada da iniciativa privada, o Governo Estadual anunciou que assumirá a construção e entrega das moradias, mantendo o caráter definitivo das unidades. O investimento será feito por meio do Fundo Estadual de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul (Funrigs), dentro do programa habitacional “A Casa é Sua – Calamidade”.

Serão construídas 97 residências em Cruzeiro do Sul, além das 50 previstas para Igrejinha e 50 para São Sebastião do Caí. Segundo a SEHAB, as três casas restantes da meta original de 100 em Cruzeiro do Sul serão destinadas a outras localidades atingidas pela enchente.

Em Cruzeiro do Sul, será mantido o sistema steel frame. Em São Sebastião do Caí, as moradias serão feitas com painel de concreto, enquanto em Igrejinha a tecnologia construtiva ainda será definida; o Governo possui atas de registro de preços vigentes que permitem a contratação de empresas para a execução das obras nos diferentes modelos.

As áreas destinadas à implantação das unidades habitacionais foram disponibilizadas pelas prefeituras. Conforme nota oficial do Palácio Piratini, já estão em andamento os trâmites para a preparação dos terrenos e contratação das empresas responsáveis pelas construções. O objetivo é evitar prejuízos às famílias atingidas e garantir a continuidade do processo de reconstrução nas regiões afetadas.

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