A instalação do Porto Meridional em Arroio do Sal, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, avança e se consolida como uma das maiores promessas de transformação para a região. Com previsão de início das operações entre 2028 e 2030, o empreendimento deve não apenas alterar a logística do Estado, mas também abrir novas frentes de qualificação profissional e geração de empregos para a população litorânea.
Durante encontro realizado na última sexta-feira (4), no auditório da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo (ACI-NH), autoridades e representantes do setor produtivo apresentaram atualizações sobre o projeto. Participaram do evento o deputado estadual Issur Koch, o senador Luis Carlos Heinze e o engenheiro Daniel Kohl, da DTA Engenharia Portuária & Ambiental, empresa responsável pela obra.
A iniciativa integra um plano logístico estratégico para reduzir os custos de exportação e importação das indústrias gaúchas, posicionando o Litoral Norte como eixo fundamental do desenvolvimento econômico estadual. No entanto, além do impacto direto na economia e infraestrutura, o projeto também promete beneficiar toda uma geração de trabalhadores com oportunidades em áreas técnicas e de ensino superior.
A perspectiva é de que instituições de ensino e centros de capacitação da região passem a oferecer cursos voltados à operação portuária, engenharia naval, logística e comércio exterior. A formação de mão de obra qualificada será uma exigência para atender à demanda que o novo terminal deve gerar, abrindo portas para o ingresso de moradores locais em setores altamente especializados.
Com investimento estimado em R$6,5 bilhões — sendo R$1,5 bilhão para infraestrutura e R$5 bilhões destinados a terminais e berços de atracação —, o porto contará com 17 metros de profundidade e capacidade para movimentar até 53 milhões de toneladas por ano. A estrutura será apta a receber navios de grande porte, com até 399 metros de comprimento.
A expectativa é de que a licença prévia do Ibama seja liberada até o fim de 2025, permitindo que as obras comecem no primeiro semestre de 2026. A mobilização política e empresarial em torno do projeto envolve frentes parlamentares, articulações em Brasília e diálogo com o setor privado.
A proposta também busca inspirar um novo ambiente de negócios para o Litoral Norte, alinhado com os padrões de competitividade observados em estados vizinhos, como Santa Catarina — onde atualmente sete portos operam e outros três estão em construção.
A população litorânea, historicamente afastada dos grandes eixos industriais, passa a ocupar posição estratégica com a instalação do Porto Meridional. Com isso, o Litoral Norte não apenas se integra à cadeia logística nacional, como também se prepara para viver um novo ciclo de desenvolvimento social, educacional e econômico.

