Manhã nublada em Tramandaí emociona banhista em sua primeira visita ao mar

Nesta quarta-feira (8), Tramandaí, no Litoral Norte, amanheceu com céu parcialmente nublado e ventos constantes à beira-mar. O movimento na praia ainda era tímido por volta das 8h, com poucas cadeiras espalhadas na areia. No entanto, para Lenara Molinel, agricultora de 41 anos, a cena era muito mais do que comum. Viajando pela primeira vez para o litoral em uma excursão organizada pela Emater, ela vivia um momento que sempre sonhou.

Após quatro horas de viagem de ônibus desde Vera Cruz, no Vale do Rio Pardo, Lenara finalmente conheceu o Atlântico. Fascinada, ela caminhou até a água e notou algo inusitado. Molhou os tornozelos, passou o dedo na perna e levou à boca, exclamando surpresa:
— Ué, mas é salgada?

Sua amiga Ângela Ritzel, de 61 anos, que já conhecia bem as peculiaridades do oceano, riu e respondeu:
— Mas claro que é. A água do mar é salgada!

A emoção de Lenara não parava por aí. Observando as ondas e o som constante do mar, ela demonstrou certa preocupação:
— É sempre assim? Será que não vem uma daquelas ondas grandes, como é que se chama?

Ângela a tranquilizou:
— Tsunami? Não, esse é o barulho normal das ondas mesmo. Às vezes fica até mais forte.

Confortada pelas palavras da amiga, Lenara se acomodou em uma cadeira na areia e voltou a contemplar o mar, que, embora não tivesse a tonalidade esmeralda de dias anteriores, parecia limpo e brilhava com as cristas das ondas brancas. Encantada, ela desabafou:
— Nunca vi tanta água na minha vida. É uma imensidão. Muito bonito. Estou realizando um sonho.

Lenara explicou que nunca havia visitado o litoral antes por falta de oportunidade, mas desta vez conseguiu trazer também os filhos, Thomas, de 10 anos, e Thaila, de 17. Enquanto ela admirava o oceano, Thomas desafiava o frio e se divertia na água, aparentemente alheio às rajadas de vento.

No céu, três parapentes motorizados cruzavam a orla, chamando a atenção dos poucos banhistas presentes. A excursão, organizada para os agricultores da região, retornaria para Vera Cruz no mesmo dia, com partida marcada para as 17h.

Ângela, que acompanhava Lenara na aventura, observava o mar com olhar sereno. Ao tirar o chapéu, revelando a cabeça sem cabelos, ela fez uma pausa e refletiu:
— A gente precisa aproveitar cada momento. Amanhã tenho mais uma sessão de quimioterapia. Mas, hoje, quero só admirar o mar também.

Para saber mais sobre histórias como essa, acompanhe a TV Litoral.

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