Durante a solenidade de abertura do Verão Total RS 2024-2025, realizada na manhã de sábado (21) em Cidreira, pescadores do Litoral Norte entregaram ao vice-governador Gabriel Souza um abaixo-assinado com mais de 7,5 mil assinaturas. O documento é um protesto contra a obra do emissário que lançará efluentes no Rio Tramandaí, provenientes das estações de tratamento de esgoto de Xangri-Lá e Capão da Canoa.
A iniciativa foi organizada pela Associação de Pescadores de Imbé, com apoio da Colônia de Pescadores Z-40 de Tramandaí, Fórum da Pesca do Litoral Norte e Associação dos Amigos em Defesa da Bacia do Rio Tramandaí. O pescador Felipe Santos Rodrigues, que liderou a entrega do documento, destacou que as assinaturas foram coletadas entre 1º de outubro e 15 de novembro, totalizando 307 páginas. “Toda a sociedade se engajou, resultando nesse expressivo número de assinaturas”, afirmou.
Preocupações Ambientais e Cobrança por Estudos
O abaixo-assinado reflete o descontentamento de parte da população e busca cobrar estratégias eficazes das autoridades para mitigar os impactos do projeto. Entre as preocupações levantadas estão a possível degradação da qualidade da água, prejuízo à balneabilidade, morte de espécies aquáticas, ameaças à pesca cooperativa e ao ecossistema local, além de riscos à população de botos no Rio Tramandaí.
Felipe Rodrigues, acompanhado dos pescadores Giovani Pereira e Venina Moraes, entregou o documento diretamente ao vice-governador, em um estande montado em parceria com a Emater. Gabriel Souza, ao receber o material, limitou-se a afirmar que a população deve cobrar estudos ambientais mais aprofundados das prefeituras responsáveis.
O Projeto e a Fase Atual
A obra do emissário, iniciada em março de 2024 e atualmente em fase final, é executada pela Corsan e conta com licença da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Apesar das autorizações legais, as entidades envolvidas na elaboração do abaixo-assinado seguem preocupadas com os possíveis danos ambientais de longo prazo.
O vice-governador não anunciou nenhuma medida imediata, mas a entrega do documento marca um ponto de pressão das comunidades locais sobre as autoridades e instituições ambientais.
Laura Pires Haendchen