Devido à falta de condições de trabalho no Hospital Tramandaí, os médicos que atuam no plantão obstétrico vão suspender as atividades a partir do primeiro dia do mês de abril, caso não sejam apresentadas propostas de melhorias por parte da gestão até o final de março.
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) já encaminhou ofício à Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV) informando sobre a paralisação, incluindo um relato sobre a precariedade vivenciada pelos mais de 40 profissionais contratados para a prestação de serviços. Hoje, o hospital é referência para 75 mil pessoas no Litoral Norte, incluindo Tramandaí, Balneário Pinhal, Imbé e Cidreira.
O documento também foi enviado ao Ministério Público do RS, Secretarias de Saúde do Estado e do Município, 18ª Coordenadoria Regional da Saúde, Prefeitura e Câmara Municipal de Tramandaí. A diretora do Simers, Gabriela Schuster, explica que a decisão foi tomada pelos médicos em Assembleia Geral Extraordinária, após reuniões com a FHGV para apresentar as demandas dos obstetras, que vão desde atrasos nas remunerações até a falta de materiais, insumos e medicamentos. Como, por exemplo, a carência de campo cirúrgico, que serve para proteger os pacientes durante os procedimentos e evitar contaminações causadas por respingos de sangue e fluidos.
Para a diretora do Sindicato Médico, os problemas prejudicam não somente os médicos, mas, também, a população atendida no hospital. “Todo mundo acaba sendo prejudicado com a falta de condições mínimas de trabalho, não só os profissionais.
O Simers já vinha alertando sobre a possível tomada de decisão e seguirá atuando na defesa e melhoria da categoria”, diz Gabriela.Hoje, o Hospital Tramandaí é o único hospital com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal na região, além de ser referência em Gestação de Alto Risco para os 23 municípios do Litoral Norte.
Fonte: SIMERS