Tempestade tropical Akará se desloca em direção à costa do RS 

Uma tempestade tropical deverá passar pela costa do Rio Grande do Sul nos próximos dias. O fenômeno, que recebeu da Marinha do Brasil o nome de Akará, não causará tempestades no Estado, uma vez que está longe do continente. O impacto se dará, apenas, por ressaca no mar e possibilidade de rajadas de vento moderadas no Litoral Norte. A Defesa Civil afirmou que está monitorando a evolução do fenômeno.

A Marinha do Brasil confirmou, na sexta-feira (16), a formação de uma depressão subtropical, que é considerada a fase inicial de um ciclone subtropical em alto mar, a quase 230 quilômetros de distância da costa do Rio de Janeiro. Dois dias antes, na quarta-feira (14), o órgão já havia informado que havia condições favoráveis para o fenômeno e para o deslocamento em direção ao sul do país.

Foi apenas no domingo (18), quando o sistema passou para a categoria de tempestade tropical – uma antes do furacão –, que o fenômeno ganhou um nome: Akará. Esse se difere dos ciclones extratropicais que foram registrados com frequência nos últimos meses. Os sistemas que causaram tempestades no Estado durante a primavera e início do verão costumam ter uma estrutura mais fria, enquanto os ciclones tropicais, como o Akará, têm o núcleo quente.

No caso de tempestades como a Yakecan, que deixou o Estado em alerta em maio de 2022, a estrutura é uma junção dos outros dois fenômenos. Os ciclones subtropicais contam com uma área central mais fria, semelhante a ciclones extratropicais, mas também têm uma convecção mais próxima ao centro, semelhante às tempestades tropicais. Na ocasião, o Yakecan acabou não causando estragos.

— Há casos em que esses sistemas começam como subtropical e depois migram para tropical, como foi com o Akará. Esses fenômenos são bem raros. De acordo com as ocorrências, só tivemos quatro tempestades tropicais no Brasil até hoje — pontua Guilherme Alves Borges, meteorologista da Climatempo. Ele se refere ao Furacão Catarina, em 2004, e às tempestades tropicais Anita, em 2010, e Iba, em 2019. Todos os eventos aconteceram no mês de março dos seus respectivos anos. O verão é uma época do ano comum para essas ocorrências.

O Akará, que se formou na costa da região sudeste do Brasil, está se movimentando em direção ao sul do país. A boa notícia é que o fenômeno não passa por nenhuma parte continental brasileira, atuando apenas sob o mar. Por conta disso, o sistema acaba favorecendo para a agitação do marítima, causando ressaca, e para a intensificação do vento.

— A frente fria que avançou na semana passada, e até causou bastante chuva no sudeste do país, acabou originando uma região de baixa pressão no mar. Por causa da temperatura da água, ela ganhou força e se transformou em uma depressão subtropical. Agora, ao longo da semana, essa tempestade tropical deve fazer com que as ondas cheguem a cinco metros de altura e o vento em alto mar fique com velocidade próxima dos 80 km/h — explica Lucas Fagundes, meteorologista da Sala de Situação do Estado.

Por causa da distância, o fenômeno não causará impactos significativos no clima do Rio Grande do Sul. Ou seja, não haverá tempestades. É possível, porém, que o Litoral Norte enfrente alguns dias ventosos, com rajadas que podem variar entre 40 km/h e 60 km/h. A previsão, segundo os meteorologistas, é que o fenômeno comece a perder a intensidade entre quarta (21) e quinta-feira (22).

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