Polícia Civil deflagra operação contra crimes de extorsão e lavagem de dinheiro

Foto: Divulgação/PCRS

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul realizou, nesta quinta-feira (9), uma megaoperação para desarticular uma organização criminosa envolvida com agiotagem, extorsão, tortura e lavagem de capitais. A ação, batizada de Operação Sísifo, foi coordenada pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (1ªDR/DEIC), e mobilizou mais de 250 policiais em diversas regiões do estado, incluindo o Litoral Norte.

Mandados judiciais foram cumpridos simultaneamente em Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Tramandaí, Viamão, Cachoeirinha, Canoas e Guaíba. Ao todo, foram executados 18 mandados de prisão preventiva, 54 mandados de busca e apreensão domiciliar, além do sequestro de bens móveis, imóveis e embarcações. A operação também determinou o bloqueio de ativos em 41 contas bancárias e a indisponibilidade de 22 propriedades.

Como resultado da ação, 15 pessoas foram presas. A ofensiva também levou à apreensão de diversos veículos, quatro embarcações, mais de R$ 170 mil em espécie, equipamentos eletrônicos e 10 imóveis. Os agentes utilizaram 65 viaturas no cumprimento das ordens judiciais.

As investigações começaram após um furto qualificado ocorrido em janeiro de 2023, quando uma agência bancária foi alvo de criminosos e mais de R$ 500 mil foram levados. A partir deste caso, a Polícia Civil identificou indícios de uma ampla rede criminosa voltada à extorsão de devedores por meio de violência e intimidação, além da ocultação de recursos obtidos ilegalmente.

O grupo utilizava canais em aplicativos de mensagem para localizar vítimas inadimplentes. Após o contato, os suspeitos aplicavam tortura física e psicológica, frequentemente registrada em vídeo, com o objetivo de intimidar outros possíveis alvos. A investigação apontou que mais de 40 pessoas, entre indivíduos e empresas, integravam a organização.

Com atuação sofisticada, a quadrilha movimentou mais de R$ 40 milhões nos últimos anos. O dinheiro ilícito era lavado por meio de contas bancárias de terceiros, aquisição de bens em nomes de laranjas e até mesmo através de uma empresa do ramo de eventos, utilizada para dar aparência legal aos recursos.

A Operação Sísifo representa um dos maiores esforços recentes da Polícia Civil gaúcha no enfrentamento ao crime organizado e ao combate à lavagem de capitais, com impactos significativos nas estruturas financeiras da organização investigada.

Compartilhe :

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Imprimir

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *