O Brasil alcançou, no ano de 2024, sua pior pontuação histórica no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), conforme divulgado pela Transparência Internacional (TI) nesta terça-feira (11). O índice, que mede a percepção de especialistas e empresários sobre a corrupção no setor público, atribuiu ao Brasil a nota de 34 pontos – empatando com países como Nepal, Argélia e Tailândia, e posicionando o país na 107ª colocação, uma queda de três posições em relação ao ano anterior.
O IPC, que avalia 180 países, usa uma escala de 0 a 100, sendo que quanto mais alto menor a percepção de corrupção. Com 34 pontos, o Brasil se distancia do topo da lista, onde estão países como a Dinamarca e Finlândia, com 90 e 88 pontos, respectivamente. O resultado marca uma queda considerável em comparação ao melhor desempenho histórico do país, alcançado em 2012 e 2014, quando obteve 43 pontos e se manteve na 69ª posição.
O relatório da Transparência Internacional apontou uma série de fatores que contribuíram para o declínio da percepção sobre a corrupção no Brasil. Entre os pontos destacados estão escândalos envolvendo companhias, polêmicas em torno de Ministros e aproximações do Governo Federal com determinados empresários. O documento também criticou o silêncio do Presidente sobre o tema e falta de ações significativas no combate à corrupção durante a maior parte de seu mandato.
Controladoria-Geral da União se manifesta – leia a nota na íntegra clicando aqui.
O Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional reflete a visão de empresários e especialistas sobre o nível de corrupção nos países, mas não mede a corrupção real. Em resposta a essa metodologia, a Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou nota à imprensa destacando as limitações do IPC, alertando para o fato de que ele pode penalizar países que acabam tendo sua imagem prejudicada pela exposição pública de casos investigativos. Ainda, afirmou que o combate à corrupção é um processo contínuo, e que o país tem avançado em diversas frentes. A instituição reforçou seu compromisso com a garantia de uma gestão pública transparente e reafirmou a necessidade de um debate técnico e fundamentado sobre os métodos de avaliação da corrupção em âmbito internacional.